terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Jogo de ciúmes



Ele chega a casa depois do trabalho, depois de oito horas sempre a moinar frente ao computador. Processo atrás de processo. Word sobre word até os olhos começarem a ficar vesgos. Finalmente pode esquecer um pouco o tédio do labor repousando no seu templo habitacional. A caminho da sala larga o casaco pelo chão e esbarra com a mala do portátil para um canto qualquer. Talvez tenha esbarrado com um pouco de força a mais. Que se foda!
Senta-se, e aprecia uma fresca cerveja relaxante. Acolhe o silêncio da casa vazia, já merecia esta calma paz.
Nem sempre é assim. Nem sempre chega e fica só. Na maioria dos dias ela já está em casa quando ele abre a porta, preparando o jantar, ou repousando no sofá. Mas, nestes dias foi em trabalho para outro lado qualquer.
Uma seca. Uma grande seca. Bem que lhe apetecia enroscar-se a ela e dormitar no sofá, embalado no seu abraço.
Pensar nisso enche-o com uma certa nostalgia, um certo tesão, por se lembrar dos seus seios encostados ao seu peito. Decide-lhe ligar e não demora muito a fazer a chamada.
Toca, insistentemente, ininterruptamente, e do outro lado ela atende.


- Sim? (Ele percebe que a respiração e a voz dela estão ligeiramente ofegantes.)
- Olá, estava a pensar em ti. Está tudo bem por aí?
- Sim. Normal… (Diz-lhe de forma seca, arquejante.)
- Que fazes? Pareces cansada.
- Nada…
- Nada?... Só isso?... (Diz ele só por dizer, esperando dela um pouco mais de emoção na voz. Mas ela responde sufocadamente, mecanicamente, inspirando e expirando apressadamente, sem prestar atenção ao que diz.)
- Já sabes… Que… Não sou muito boa… A falar ao telefone… Estou… Estive a fazer exercícios…
- Exercícios?... Durante o trabalho? Estives-te, ou ainda estás? (Desconfia ele.)
- Bem… (Inspira.) Estou… (Expira.)
- Estás a fazer sexo com ele não é? (Diz-lhe chocado, preocupado, assustado.)
- Sim… (Suspira finalmente ela a vontade contida.)
… (Ele responde, longos segundos depois.)
- Não sei que te hei-de dizer…
- Não digas nada… (Diz-lhe com um leve gemido a fugir pela garganta.)
- Puta…
- Excito-te? Cabrão... (Expira.)
- … Sim.
- Vais ficar a me ouvir, n’é?...
- Sim… (Suspira ele, masturbando-se do outro lado.)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Teu sangue na minha boca



Teu sangue faz-me água na boca
Gula!

Gulo por trincar
Teu peito duro e másculo
Teus abdominais
Duros como cristais
Quero tocar-lhes, afaga-los
Esmurra-los com murros duros
E ver-te inteiro, firme e seguro

Quero!...
Quero sentir o teu poder
E morde-lo com prazer
Perceber a tua pulsação a acelerar
O sangue a disparar

Cheiro na tua pele o seu odor
Inicias um ligeiro rubor
Rosado
Excitado
Vens-te assim
E sinto a tua ejaculação quente dentro de mim
Ao mesmo tempo espasmo de prazer
E não me consigo conter
Sinto o suco do teu sangue na minha boca
Cerro os dentes com força
Trinco o teu coração
Já não me dirás mais que não

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

My Fellatio





Há amor em chupar-te o pénis. Claro que há! Em sentir a tua descontração e prazer a crescer. Em junto com esse teu mesmo prazer sentir o meu a se estender.
Fazes-me sentir amada, quando te faço uma…
Fui porca, malcriada. Sim, desculpa, eu sei.
Mas carne é carne e neste meu amor anda misturada. E eu anseio mais que tudo, dar-te o que desejas, satisfazer-te sem opção, que sejas o objeto do meu orgulho e da minha insatisfação. Quero-te subjugado pela minha boca vermelha e rubra, no teu pénis roxo e purpura. Raspar-te com a língua onde tu menos desejas, para que o teu anseio cresça onde tu me anseias.
Ah!... Devagarinho… Assim… Amo-te lambendo-te até ao fim.

Rasgos de prazer





Enquanto se sufocam na inebriante sensação da vontade ele tira-lhe as cuecas, devagarinho até rasgar. Ela sente o choque desse esticão e puxa-lhe os cabelos em fúria de desejo. Toca com a boca na sua barba forte e áspera, e empurra-o para uma cadeira a jeito.
Ele cai excitado, e ela, absorve-o com seu amasso.
Continua a puxar-lhe os cabelos, contínua num crescendo de força a cada balanço de anca. Ele deixa-se ficar nesse balançar, de cabelos puxados e cabeça erguida, apreciando o prazer urgente da subida, dos gritos, do extasse e da caída.
Ela apraz-se com a ligeira negra na anca, e ele, descansa, satisfeito, vazio com a subtil dor latejante.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Palavras na tua vagina






As minhas palavras na tua vagina batem sussurradamente nos seus lábios e perdem-se para lá do conceito.
Acariciam a tua pele, e aos poucos subliminam o prazer, o prazer de apenas verbalizar.
Palavras, constroem frases, ditos que nunca mais podem ser desditos, sempre em crescendo, sempre para diante… para diante… numa contínua loquacidade de suspiros.



Libido (Perfil)

fotografia de AnaLógica

Eu sou. Impulso, desejo, descargo de prazer. A antecipação, a Fantasia.
Mesmo quando não sabes, mesmo quando pensas que não sou, enganas-te. Represento tudo o que possas pensar e fazer, estou em ti mesmo antes de aprenderes a me reconhecer.
Eu sou. O valor biológico fundamental. Sou muito mais que um simples apetite sexual. Boca com boca, respiração com respiração, a imaginação do seu odor, forte, suave, seguro, e o meu sexo duro. Duro por mais uma fecundação, que te faça ser mais que um simples tesão.
Sim!... Sim!... Podes-me tentar esquecer. Iludir-te com a minha não existência. Recalcar-me na tua subconsciência. Posso desaparecer do acto, mas reapareço encadeado, em todos os desejos que possam parecer que não me encaixo.
Pois eu sou, e sempre serei, a força que liga a tua carne. E tu és e sempre serás, reflexo de mim na realidade.