domingo, 12 de janeiro de 2014

Entre estados


Fode-me antes de me amares. Ama-me antes de me foderes.
Todas as memórias são nada, perante a catedral do desejo.

E se eu te penetra-se fogosamente, com movimentos abruptos e incisivos? Roçando freneticamente como louco este meu instinto na tua vulva.
Ah!... Meu pensamento estagna, a pulsação acelera, só ao imaginar o prazer na tua expressão: a boca aberta, a respiração contida, a linha facial contraída, como se de dor se tratasse.
Meu deus! Só me apetece beijar-te ainda mais! Meter a minha língua na tua boca sôfrega e foder-te ainda com mais força!

E se eu te penetrasse, fogosamente...
Mas, não consigo.
Penetro-te, suavemente, com um beijo na boca, quente. Abraço-te, sinto o teu corpo no meu. Como se fosse o extrato em falta. Movem-se as ancas, em movimentos lentos, compassados, até aos fugazes orgasmos.

Todas as memórias são nada, perante a catedral do desejo. Quando te beijo, quando te penetro, quando te fodo ou fazemos sexo. Quando praticamos este acto carnal e natural, eu, esqueço-me que te amo, tu, esqueces-te que me amas.

Esqueçamo-nos.
Só a carne basta,
Para sabermos que não estamos sós.

Ama-me, ama-me no fim...