terça-feira, 4 de setembro de 2012

Anseio




Quem és tu que subjazes ao consciente do meu agir? Carne, carne, algo que não sei definir.
Persegues-me na tensão do impulso recalcado, num mero toque ilusório de uma pele suave.
Miragem, miragem, que flanqueia pelos meus sentidos.
Cego por não cegar nesse teu lasso laço de mentiras.
Verdade momentânea. Sou só carne, sou só carne. Complexo organismo hormonal, que me deixa sempre ficar mal.
Indefinida energia que conflui do cérebro para as virilhas e das virilhas para o cérebro e me impulsiona o pensamento para o sexo, sexo, sexo.
Diz-me, afirma que não posso. Nem capado fujo aos genes com que me coso.
Que adianta, que adianta!…
Pintar com palavras belas, polidas, politicamente corretas, quando o que sinto não é fingido, nada inventado, nem artístico. Cru, pessoal, subjetivo, individual.

Inerente e geral a todos os Seres psicologicamente sãos, jaz no seu, e no meu, a mais crua e pura realidade primordial, o desejo de FODER, FODER, FODER.

Disse-o… descarreguei…
Agora vazio, quem serei?...